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Foto do escritorBárbara Lemos

Em mesa do Fórum das Letras, o cineasta João Moreira Salles fala sobre última obra do Eduardo C.

Atualizado: 2 de mai. de 2021

O documentário "Últimas Conversas" tem seu início com a entrevista do próprio cineasta Eduardo Coutinho. Montado por Jordana Berg e produzido por João Moreira Salles, a obra é uma memória póstuma do cineasta brasileiro, que faleceu após o término da filmagem do longa-metragem. Como parte da programação do Fórum das Letras, o cineasta João Moreira Salles contou como foi o processo de produção e finalização do documentário após a morte de Coutinho.


Os personagens do documentário eram estudantes da rede pública de ensino do Rio de Janeiro, que falam sobre diversos assuntos com o diretor. Coutinho passava por uma fase em que havia perdido o encanto pelo cinema, o que se refletia em seu trabalho. O cineasta acreditava que o filme que estava gravando estaria fadado a fracasso. Sentimento que vai se modificando no decorrer da obra.


"Esse é um filme que não teria sido feito por ele — eu e a Jordana, na produção do filme, explicitamos isso. Ele [o documentário] começa na morte e na mais absoluta escuridão. Ele está desinteressado, triste e à beira do fim. Não acredita mais na vida, porque sua conexão era via cinema. O que acontece à medida em que o filme transcorre é que ele vai se entusiasmando, ganhando vida, enchendo de alegria e felicidade. São os personagens que devolvem a Coutinho o sentido que ele havia perdido no início", afirma João Moreira Salles.


Com o acesso ao material bruto, Joana e João começam a edição pouco tempo após a morte do cineasta, e constatam que a forma de fazer um filme mais sincero a partir do que Coutinho havia feito era, ao invés de recriar uma obra do diretor, assumir a autoria e levar em consideração o seu ponto de vista.


O cineasta - Nascido em 1933, em São Paulo, Coutinho teve seu primeiro contato com o cinema no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), aos 21 anos. Após ganhar um concurso de televisão, investiu o prêmio em um curso de direção, na França.


Ao retornar para o Brasil, o cineasta participou Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional de Estudantes (UNE), e iniciou a gravação de "Cabra Marcado Para Morrer", que foi interrompida pelo Golpe Militar de 1964. Desenvolveu outros projetos como Santa Marta: Duas Semanas no Morro (1987), São Gonçalo - Boca de Lixo (1993), Santo Forte (1999), Babilônia 2000 (2000). Trabalhou como repórter e produziu filmes de ficção. Em fevereiro de 2014, Coutinho faleceu.


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